Arcade Fire em ação: Deve ser uma coisa linda de se ver...
Dias atrás fui surpreendido pela noticia de que o mestre dos palavrões cools, sangue gratuito e cenas non sense, se uniria ao mestre do elecrutamento, desmembramento e de assassinatos de jovens transando em campings. Sim, agora a bola de neve esta tomando forma e parece que Quentin Tarantino vai ser o responsável para dar uma reciclada na sucumbida franquia de Jason.
Com certeza uma das notícias mais legais e bizarras desde que Tim Burton queria desconstruir o Superman, colocando Sean Penn para viver o homem de aço. Se tudo for confirmado, pode esperar por muito, mas muito sangue, palavrões estilosos, seqüências de mortes antológicas e trilha sonora perfeita.
Mas se nem o Tarantino conseguir reanimar a franquia de Jason, que até virou cyborg num futuro distante, então as criancinhas desta nova geração, ainda conseguirão dormir sem pesadelos. Essa geração tem que ter salvação.
Novidade!! Era mentira mesmo.
Durante a entrega dos prêmios da revista Empire para os melhores do ano, Quentin Tarantino informou que os rumores sobre seu envolvimento com a franquia Sexta-Feira 13 não passam disso... rumores.
“O que estou fazendo com Sexta-Feira 13? Nada! É uma mentira total. Eu gosto de Jason, mas não tenho qualquer intenção de dirigir um novo filme dele! A New Line conversou comigo, mas aquele artigo (este) era falso. Eu adoraria fazer um filme de terror, mas não será um Sexta-feira 13...", informou Tarantino.
O próximo projeto do cineasta deve ser mesmo Inglorious Bastards. "É isso aí. Já escrevi cenas dele e boa parte do filme. Tenho agora que sentar e começar a montar um roteiro que eu possa usar para filmar".
Inglorious bastards se passará durante a Segunda Guerra Mundial, quando um grupo de soldados de infantaria decide aceitar uma missão para escapar de sua execução, juntando-se às tropas aliadas para enfrentar os nazistas.
“Pensamentos avulsos para o dia dos Namorados... Hoje é um dia inventado pelos fabricantes de cartões para as pessoas se sentirem como bostas. Matei o trabalho hoje... Peguei um trem para Montauk. Não sei porque, não sou uma pessoa impulsiva. Só acho que acordei com a pá virada.
Tenho que concertar o meu carro! Tá frio pra burro nessa praia, Montauk em fevereiro. Brilhante, Joel! Páginas arrancadas... não me lembro de ter feito isso, pelo visto é a primeira vez que escrevo em 2 anos. A areia não é grande coisa. São só umas pedrinhas pequeninas... Se pelo menos eu conhecesse alguém novo. Acho que as chances disso acontecer são mínimas. Visto que sou incapaz de olhar nos olhos de uma mulher que não conheço. Talvez eu devesse voltar com a Naomi, ela era legal e legal é bom...”
Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças.
Muito foda! É o tipo de filme que é impossivel não se identificar.
A música começa com uma lavada disco, acompanhada por um tecladinho tosco, porém, charmoso criando um clima único. Depois aparece a guitarra de forma discreta e econômica. Até que surge aquela voz de um cara simples e mal alfabetizado: “Tudo entre nós não tem fim, eu te amo demais, você gosta de mim”. E você descobre que não é a musica nova do Franz Ferdinand. Nem aquele seu conhecido cult apreciador de todas as bandas obscuras da Inglaterra desconfiaria, mas o maranhense Raimundo Soldado foi um verdadeiro mestre de cerimônias. Voz de uma multidão de maridos traídos e sofredores anônimos que acabam sorvendo litros e litros de pinga barata afogando as mágoas para depois dormir na sarjeta.
Referência para muitos artistas que perigam no campo do brega nordestino, fazendo covers de suas canções favoritas exaustivamente. E segundo as pessoas mais antenadas do Piauí, rola até banda de hardcore desconstruíndo os seus hinos, com versos extremamente "poéticos" que fariam o mais radical dos “emos” morrer de inveja como: "De hoje em diante, nós vamos ser um simples amigo" ou “... Eu sô como você. Eu sô como você. Eu sô como você meu bem. Sou igual a você meu bem, eu sô como você”.
Quem tem Raimundo Soldado como ídolo absoluto é o Falcão, aquele mesmo que fez uma versão de "Another Brick in The Wall" do Pink Floyd com “Atirei o pau no gato”, despertando a ira de Roger Waters. E declarou certa vez: “Raimundo Soldado, cantor e compositor maranhense, conterrâneo de Gonçalves Dias (é o tipo do poeta!), foi uma das primeiras coisas boas que ouvi na minha adolescência. Nunca me saiu da cabeça esse verso telúrico-parnasiano que é...” de hoje em diante nós vamos ser um simples amigo “. Como diria Chapolin Colorado: ”sigam-me os bons “.
Diferente do brega feito no norte, Raimundo Soldado é oldschool, tendo ligação direta com a Jovem Guarda, o que fica explicito na já citada e hilária “Você gosta de mim”. Além de namorar a surf music em “Menina Linda”, mas o mérito fica mesmo com “Segredo do Amor” que lembra os melhores momentos das músicas do palhaço Bozo (!!!), e poderia estar, facilmente, em algum disco infantil por causa de seu instrumental circense.
Raimundo Soldado teve uma carreira cheia de contrastes, ao mesmo tempo em que lotava casas de shows com mais 6.000 pessoas, foi vítima de uma gravadora fraudulenta. Não recebia nada pela sua obra, chegando a lançar 23 musicas sem autorização do próprio em cidades como Fortaleza. ''Nenhum centavo dos direitos foi repassado para o Raimundo Soldado. Eu estava negociando o lançamento com a SomZoom, a Floral Music se meteu no meio e o Emanuel (Gurgel, empresário) deixou de lado. Mas a SomZoom ia fazer 40 mil CDs'', lembra William Martins, empresário do cantor.
Sua morte em 17 de Setembro de 2001 pegou os fãs de surpresa, apesar de sofrer de pressão alta e diabetes, Raimundo Soldado foi fulminado por uma meningite e uma cirrose hepática. Após sua morte, e vendo a viúva desesperada, alguns médicos do hospital se cotizaram para pagar o caixão do cantor que morreu pobre e esquecido. Um grande flagrante de como a industria fonográfica no Brasil costuma tratar os seus artistas mais antigos com grande descaso, deixando-os literalmente no limbo. Mesmo com esse grande vazio, seus filhos e outros artistas tentam carregar o seu legado, mostrando que Raimundo Soldado continua sendo bastante atual.
Discografia:
Raimundo tem uma considerável discografia que começou em 1980 lançando pela EMI seu primeiro disco, com diversas composições de sua autoria, entre as quais "Menina linda" e "Sanfona branca" e "Fiquei tão triste". Desde então ele não parou mais de gravar clássicos como "Não tem jeito que dê jeito" e “Meu pai tá duro”, todos do seu antológico disco “Raimundo Soldado e o Conjunto Grupo de Ouro”. Em 1987, gravou suas últimas musicas, entre outras, "Forró no Piauí", "Eu quero você" e "Vontade louca". Em 2000, a EMI lançou um CD com vinte composições, dentro da série "Raízes do Nordeste".
Raimundo Soldado (1980) EMI LP
Raimundo Soldado (1981) EMI LP
Raimundo Soldado (1983) EMI LP
Raimundo Soldado (1987) EMI LP
Raimundo Soldado. Raízes do Nordeste (2000) EMI CD