quarta-feira, fevereiro 15, 2006,8:37 AM
Fratura Exposta



Musiquinha nova do Yeah Yeah Yeahs, do aguardadíssimo segundo album "Show Your Bones". Conheço YYY´s desde a época do primeirinho Ep, que tinha a pérola "Art Star" uma das melhores sátiras sobre pessoas “mudernas” com um dos melhores berros primais desses tempos e, desde então, tenho uma grande simpatia por Karen O. e Cia. "Fever to Tell" também foi um disco que acolhi muito bem, "Date With the Night" e "Maps" não saiam do meu Winamp.

Na primeira audição, Gold Lion não me causou o mesmo impacto de seus antecedentes, mas dou o meu crédito, por eles terem mudado um pouco o direcionamento musical. Está menos barulhento e gratuito, aliás, nessa música nem tem distorção, o que me deixa bastante curioso a respeito da bolachinha. Até já deixei "Show Your Bones" na minha wishlist do Soulseek caso o disco vaze antes do lançamento. Coisa boa deve vir por ai!

 
Escrito por Tiago Trindade
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domingo, fevereiro 05, 2006,3:09 PM
Muito Além Do ABBA



Da ótima cena nórdica, o Sahara Hotnights é uma das bandas mais legais que já ouvi. Elas têm a herança de algumas bandas de destaque da cena como Hellacopters e Hives, mas a grande diferença está no forte apelo pop das meninas. As melodias açucaradas apoiadas de um apelo sarcástico, convive perfeitamente com bons riffs de guitarras e uma pegada punk das melhores. É como se você pudesse imaginar o que seria se o Blondie, entrasse numa jam session com Undertones, Ramones e Joan Jett.

As meninas tiveram uma repercução tão boa fora do velho continente que logo depois de ter saído seu debut internacional, C´mon Lets Pretendforam, foram convidadas para ser banda de abertura do Foo Fighters, tendo inclusive apadrinhamento de Dave Grohl. Além do single Alright Alright (Here's My Fist Where's The Fight) ter entrado para a trilha sonora da série sem noção Jack Ass, onde também deram muita exposição para bandas nórdicas como Turbonegro que foi chamada para tocar no programa e HIM.

Recentemente, elas lançaram um disco chamado, Kiss and Tellonde, elas botam em maior evidência, suas influências de Blondie e new wave, mas sem perder a pegada punk, fazendo delas mais vigorosas que a maioria das bandas que resolveram modernizar os anos 80. A faixa de abertura Who Do You Dance For tem um grande apelo para as pistas de dança, com um riff de guitarra fazendo uma marcação acompanhada por sintetizadores. Mas depois a coisa muda de figura. Com Hot Night Crashque, este poderia, facilmente, ser um hit do Undertones. No final das contas, temos um disco bastante equilibrado e de grande apelo radiofônico, um bom exemplo de que a Suécia vai muito mais além do ABBA.

 
Escrito por Tiago Trindade
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sexta-feira, fevereiro 03, 2006,5:56 PM
Pense Rapido...

Aliás, nem pense, porque pode dar dor de cabeça...
Click aqui e escute a nova empreitada de Jack White. :)

 
Escrito por Tiago Trindade
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,5:47 PM
Depois de um longo inverno...


Strokes - First Impressions of Earth
Nota: 8,5

Dentro do folclore da cultura pop atual, os Strokes foram os debutantes da era digital. Foram os primeiros a abraçar todo o poder do Mp3 para autopromoção, numa época em que muitos artistas consagrados, simplesmente, tinham medo da tecnologia. Conseguiram ser a banda da hora sem mesmo sequer ter um disco completo. Com aquele som abafado, executado de uma forma crua e suja, porém com todo aquele carisma despojado, eles ganharam o mundo.

A última coisa que estava na cabeça deles era a palavra "revolução", mas foram os pontapés necessários para que os valores do rock fossem resgatados, que, numa hora dessas, estavam sufocados pela grande mídia. E abriram a caixa de pandora do underground nova-iorquino, de onde saíram inúmeros como Interpol, Yeah Yeah Yeahs e, mais recentemente, o ótimo Lcd Soundsystem. Assim, uma grande mudança estética e sonora acabou sendo abraçada pelos grandes meios que, sempre necessitavam se antecipar perante outros, ficaram desesperados na caçada a um novo Strokes. Muitos se aproveitaram e misturaram ao bolo, o retorno do hedonismo oitentista e a fúria de um Iggy Pop tocando violino. Toneladas de artistas saíram de garagens ou de laboratórios das gravadoras para ganhar destaque numa N.M.E, numa velocidade tão forçada que hoje acaba fazendo com que o produto se torne descartável.

Agora todos os predicados que faziam deles únicos se tornou carne de vaca, como os Strokes voltariam a chamar a atenção novamente? Do mais do mesmo em que eles tanto apostaram, surgiram artistas tão bons ou até mais maduros. Com certeza, a brincadeira de misturar Can e Velvet Underground não iria mais surpreender aquele moleque que agora consome grupos que transformaram o ar despojado num orgasmo de elementos e cores, por mais que esses mesmos não passem do segundo disco. Os grandes veículos sempre vão se antecipar e empurrar outra novidade como grande sensação, e por mais vagabunda que ela possa parecer, todos vão bater palmas.

Dentro desta selva, os Strokes botaram o desleixo um pouco de lado, para apostar numa experiência sonora si-fi. Fazendo sua própria visão de Ziggy Stardust com um acabamento visual do tradicional selo Factory, casa de inúmeros artistas de cabeceira de Julian Casablancas e Cia. Tudo é ampliado por diversos prismas que invocam solos de guitarras espaciais, baixos rockabilly e uma demência que acaba caindo no nonsense pós-moderno. Agora tudo aquilo que eles rabiscaram no passado, e que muitos dos grupos que bombam em ipods antenados não conseguiram passar no papel carbono, estão em matéria bruta, esculpida em mármore quente. As primeiras impressões de quando os meninos caíram no mundo do show bussines foram pro saco.

Os Strokes finalmente encontraram o equilíbrio perfeito de sua alquimia, num rito de passagem da puberdade como banda de garagem para um grupo veterano e, como poucos, pode se gabar de ter hits tão potentes ao vivo. Com este First Impressions of Earth, os Strokes estão a salvos das regras do showbizz e, a partir de algum tempo, muitos grupos que aquele seu colega antenado tanto bajula e que só conseguiu emplacar umas duas musicas, serão tragados pelo vortex do teste de qualidade.

Todo esse papo não é nem uma novidade, mas depois de quase 20 anos alguém ainda se lembra do White Lion? Ou, não indo tão longe, você encontra alguém batendo no peito ao dizer que Spin Doctors, For Non Blondies ou Bush são do caralho? Se as grandes gravadoras conseguiram aprender com seus erros do passado e conseguirem fabricar mais artistas que passam do segundo disco, garantindo, assim, sempre uma vaca gorda para o abate, fatalmente, poderá ser uma questão de tempo. Porém, dentro desse caleidoscópio de artistas duvidosos, mas admirados pela "fina flor" da cultura blog, os Strokes perigam ser durante muito tempo um dos poucos grupos dentro desse novo rock ou novo novo rock que você não terá vergonha de ter escutado, daqui a 10 anos.

 
Escrito por Tiago Trindade
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